domingo, 4 de fevereiro de 2018

Plano de Comunicação do Risco: Vamos falar sobre Afogamento?

O Brasil é é um dos países com mair área litorânea e rede fluvial do mundo, e como tal, possui diversas cidades e lugares marcados pelas belezas de suas praias, rios e lagos. Suas maiores capitais encontram-se no costa litorânea ou no curso de algum rio e são cercadas por quilômetros de praias como a nossa querida cidade de Salvador. Assim, os banhos de mar (e de rio também) são atividades de lazer muito comuns no Brasil para todas as idades, principalmente, Crianças e Adolescentes. Por isso, uma vasta extensão de praias e o contato constante com as águas, gera uma preocupação relevante com um agravo de risco á saúde relativo a essa situação no Brasil: o Afogamento.

Segundo Szpilman (2000), o Afogamento (drowning em inglês) é definido como resultado de asfixia por imersão ou submersão em qualquer meio líquido, provocado pela entrada de água em vias aéreas, dificultando parcialmente ou por completo a ventilação ou a troca de oxigênio com o ar. Em outras palavras, o ato de (se) afogar é proveniente da incapacidade de respiração quando uma pessoa está imersa ou submersa em meio líquido o que necessariamente é provocado pela entrada de água em seu sistema respiratório. Portanto, tudo o meio composto por água capaz de submeter uma pessoa ao afogamento pode se tornar um ambiente de risco, é o caso das praias, rios, lagos, represas, piscinas e até quedas d'água como nos chuveiros caseiros, por exemplo.

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Assim, ambientes públicos formados por água em que as pessoas utilizam para lazer, trabalho  e/ou afazeres domésticos devem ser locais de vigilância para a saúde pública já que se configuram como ambientes passíveis ao risco de afogamento. Isso porque pessoas de todas os tipos tem contato com os meios aquáticos e automaticamente estão exposta ao afogamento que pode ser desencadeado por muitos aspectos de insegurança relativos as características do local (profundidade, correnteza, força motriz, etc), aos comportamentos pessoais e à própria falta de vigilância. Nesse sentido, a comunicação do risco de afogamento é uma medida extremamente importante para a prevenção desse agravo sendo, portanto, uma ação que deve ser planejada pelo serviço de saúde.

Alguns estudos trazem os chamados antecedentes de risco que evidenciam o afogamento como agravo à saúde, pois há um risco iminente de morte, e mesmo se o indivíduo sobreviver, entre os traumas, é um dos que mais causa impacto psicossocial; além disso, a maior parte dos afogamentos ocorre por causas não intencionais e apresenta diversos fatores (ou comportamentos) de risco como o uso de álcool, pessoas menores de 14 anos, baixo nível econômico, baixa escolaridade, falta de supervisão entre outros. Tais estudos evidenciam também que no Brasil, o afogamento é uma das principais causas de morte em crianças e adultos jovens,  é estimado que 94% da informação dos incidentes aquáticos seja desconhecida e, devido a possuir uma das maiores áreas espalhada e utilizável durante o ano todo, produz o maior nº de resgastes aquáticos do planeta.


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Todas essas informações servem de base para mostrar a importância da comunicação do risco de afogamento. Isso porque, apesar de possuir diversas formas de acontecer, o afogamento pode ser evitado ao se estabelecer um plano em que as pessoas fiquem cientes desse agravo. Com isso, depois de reconhecermos que as crianças e adolescentes são os mais sujeitos ao afogamento, o nosso Plano de Comunicação de Risco é objetivado para propor ações em função desse público-alvo. Essas ações tem o propósito de demonstrar, informar e instruir sobre os riscos que podem provocar o afogamento e o enfoque é discutir práticas e estratégias, propor mudanças que influenciem no comportamento das pessoas e contribuir com a prevenção do afogamento em praias, rios, represas e piscinas.


Referência:

 David Szpilman. Afogamento .Rev Bras Med Esporte Vol. 6, Nº 4 – Jul/Ago, 2000.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Comunicação e Cultura na Interface do Risco à Saúde

Caminhando até discorri sobre as aspectos que envolvem a relação entre Comunicação, Educação, Saúde e mais recentemente o Risco. Como evidenciado na postagem anterior o conceito de Risco pode ser bastante abrangente e complexo, a depender em qual contexto inserimos ele. Aqui, agora, façamos uma reflexão sobre o contexto de Risco à Saúde na interface com a Comunicação e a Cultura. Vimos que a Comunicação do Risco é um processo essencial para trazer as pessoas dimensões e situações de possíveis e prováveis danos à Saúde. Porém, será que todas as diferentes pessoas apreendem essa informação da mesma forma? Existe algo que é extremamente importante a ser considerado na Comunicação do Risco que são as diversas dimensões culturais.

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Começamos então com questionamentos de autores que discorrem sobre o tema: o que é o risco na cultura? Como seria então trabalhar com o comunicação do controle de riscos, tendo em conta dimensões da cultura? Bem, segundo Rangel (2007), "quando se trata de discutir a relação risco, cultura e comunicação, a polissemia  dos termos ganha relevância, pois é necessária a atenção para o fato dos múltiplos sentidos contidos em um único significante, que pode tornar a comunicação problemática". Nesse caso, se tomarmos o risco como exemplo, ele expressa vários significados, na vida cotidiano, no senso comum e no campo específico (RANGEL, 2007).

O Risco pode assumir diferentes significados a depender do contexto e da perspectiva que  é utilizado. Por exemplo, para muitas pessoas o risco remete a ideia de algo que venha acontecer por acaso, no sentido de incerteza. Mas uma incerteza que é mensurável, o que desloca-se da noção do senso comum para a formulação do conceito de risco nas ciências, ou seja, da ideia de dano possível ou provável que poder ser observado. Segundo Rangel (2007) citando especialistas, para a Epidemiologia, por exemplo, o risco está vinculado a uma análise probabilística da ocorrência de um dano na saúde da população, em função de determinados fatores de risco e período de observação. Já para as Ciências Sociais o risco, na perspectiva de probabilidade da ocorrência de dano, é tomado como objeto de estudo e analisado como uma consequência da modernidade, criados e efetivados pelos sistemas socais (RANGEL, 2007).

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Tanto no perspectiva da Epidemiologia quanto das Ciências Sociais, há uma caraterística em comum na abordagem do risco que se refere ao foco da atenção voltada para grupos de pessoas que apresentam maior probabilidade de risco (no caso danos relativos à saúde) devido ao seu contexto sociocultural. Por isso, a interface entre o risco e cultura é importante para desenvolver boas práticas de saúde com foco nas populações mais vulneráveis ao risco, direcionando ações e recursos para esses grupos conforme o princípio da Equidade. E para isso, é preciso aplicar políticas e estratégias eficientes de controle ou eliminação dos riscos junto aos grupos sociais, o que necessita um reconhecimento das diversas dimensões que os envolvem, indo muito além da identificação.

Podemos considerar que essas dimensões dizem respeito a forma que cada grupo de pessoas ou indivíduos enxergam uma situação de risco, os quais variam em uma ampla diversidade vinculada desde produção, circulação e consumo de bens e serviços a modo de vida dos diferentes grupos sociais, incluídos as atividades de lazer, trabalho, uso dos espaços e etc. (RANGEL, 2007). Enfim, enquanto indivíduos e coletividades temos várias percepções dos riscos que são moldados pela nossa cultura (seja ele qual for) de lidar com as coisas do dia-da-dia. Assim, constantemente estamos expostos uma probabilidade de danos e agravos que diferenciam a depender de aspectos culturais, por isso é dever do Estado por meio da Vigilância proteger e preservar a nossa saúde, por meio de ações, políticas e planos que, no final das contas, buscam a promoção da Saúde.


Referência:

RANGEL-S, Maria Ligia. Risco Cultura e Comunicação na proteção e promoção da saúde. In: COSTA, E. A.; RANGEL-S, M. L. Comunicação em Vigilância Sanitária. Princípios e Diretrizes para uma política.  Salvador: Edufba, 2007. (p. 95-114).

Um Plano para além da Comunicação em Saúde...

Percorrido um caminho até aqui, chegamos às vias de fato que é o tal Plano de Comunicação e Educação em Saúde... E ainda bem que a Educação...