Até aqui já trilhamos um caminho para entender qual a importância da Comunicação no campo da Saúde. A interlocução entre os profissionais de saúde e a população é fundamental para se criar um diálogo permanente em torno de questões tão complexas que a Saúde engloba. Segundo Rangel (2007), no Brasil por exemplo, desde o início do século passado, a Comunicação enquanto prática social vem sendo interpelada no campo da saúde de modo a se articular às políticas de saúde e às estratégias de controle sanitário. Nesse sentindo, trago aqui uma discussão acerca da Comunicação de riscos, uma questão bastante diversificada e abrangente na área da Saúde.
O risco é algo que demanda muita atenção e foco na área da Saúde, ao considerar que vivemos numa sociedade repleta de coisas que podem vim ser (ou já são) um risco a nossa saúde individual e coletiva. Assim, com o intuito de atuar na prevenção dos riscos e ao mesmo tempo promoção da saúde, vem-se pensando em diversas estratégias que possam enfrentar os muitos riscos a qual a saúde da população está exposta. Uma dessas estratégias é justamente a Comunicação dos riscos, que basicamente diz respeito à forma como os riscos eminentes à saúde podem ser transmitidos para a população e assimilados de forma educativa.

Segundo Rangel (2007), nas últimas décadas, a ferramenta usada por muitas países desenvolvidos para lidar com esses questões que envolvem a sobrevivência da sociedade frente a situações de riscos é a Análise de Risco. E nesse caso, de acordo com alguns autores, entende-se por análise de risco, a identificação de danos potenciais aos indivíduos e a sociedade de acordo com a estimativa provável de que ocorra algum dano mediante dados anteriores, análises estatísticas, observação sistemática, experimentação ou intuição. Ou ainda, um conjunto de conhecimentos que gera a probabilidade da ocorrência de um efeito adverso por algum agente (físico, químico, biológico, outros), processos industrias, tecnologia ou processo natural os quais, no caso campo sanitário, estão relacionados com a ideia de dano à saúde, seja por doença, agravo e até mesmo a morte (RANGEL,2007).
No entanto, ainda segundo Rangel, existem autores que evidenciam críticas às análise de risco tecnológicos ou ambientais, por haver falhas na dimensão social em considerar aspectos da subjetividade, percepções e atitudes daqueles que aos riscos estão expostos. E nesse caso, uma das tecnologias a se analisar é a comunicação do risco que pode ser compreendida como "o intercâmbio interativo de informações e opiniões sobre os riscos entre as pessoas encarregadas da avaliação dos riscos e do gerenciamento dos riscos, os consumidores e outras partes interessadas" (RANGEL, 2007). Assim, podemos considerar que a Comunicação de risco envolve a forma que o mesmo será informado a população até a maneira como ele será recebido, no sentido de que essa interação venha causar nas pessoas a consciência de algum dano ou perigo e possível mudança de comportamento.
Atualmente, podemos identificar diversos riscos que ameaçam a saúde pública, desde falta de saneamento básico até surtos de alguma doença infecciosa, não são poucos os diversos riscos que a população pode estar exposta. Assim, é de extrema relevância a forma como esses riscos vão ver comunicados e em qual contexto eles serão abordados, o que nos faz refletir sobre os meios de comunicação (mídias) e os profissionais responsáveis por transmitir esse informação. As agências de notícia tem um papel estratégico e essencial na veiculação de informações que lidam com situações críticas de risco à saúde, cabendo aos profissionais de saúde elaborarem as estratégias que vincularão esses informações. Considerando, que a informação é assimilada de diferentes maneiras pelas pessoas a depender a sua visão de mundo, podemos afirmar que há muitos desafios para comunicação do risco, desde de diálogo com as diversas culturas até a elaboração de um plano educativo.
Referência:
Referência:
RANGEL-S, Maria Ligia. Comunicação no controle
de risco à saúde e segurança na sociedade contemporânea: uma abordagem
interdisciplinar. Ciência & Saúde
Coletiva, 12(5):1375-1385, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v12n5/29.pdf



